As quatro primeiras cartas às igrejas
“Há alguma coisa em comum nas cartas escritas às sete igrejas: escreve-se ao anjo ou mensageiros de cada uma delas. Em cada caso, O Senhor Jesus Se apresenta com uma identificação especial adequada às necessidades desse período da igreja. Por exemplo, ao escrever a Esmirna (era de perseguição e martírio), apresenta-Se como ‘o que esteve morto e tornou a viver’ (Apocalipse 2:8). Há um elogio que reflete as virtudes desse período (menos no caso de Laodicéia, devido a sua mornidão espiritual). Há uma reprovação destinada a ajudar a crescer em áreas débeis da igreja, com exceção do período de Esmirna (era das perseguições e martírio) e Filadélfia (era do reavivamento). Também se inclui uma admoestação e uma promessa.” – SRA/EP, p. 33.
“Há alguma coisa em comum nas cartas escritas às sete igrejas: escreve-se ao anjo ou mensageiros de cada uma delas. Em cada caso, O Senhor Jesus Se apresenta com uma identificação especial adequada às necessidades desse período da igreja. Por exemplo, ao escrever a Esmirna (era de perseguição e martírio), apresenta-Se como ‘o que esteve morto e tornou a viver’ (Apocalipse 2:8). Há um elogio que reflete as virtudes desse período (menos no caso de Laodicéia, devido a sua mornidão espiritual). Há uma reprovação destinada a ajudar a crescer em áreas débeis da igreja, com exceção do período de Esmirna (era das perseguições e martírio) e Filadélfia (era do reavivamento). Também se inclui uma admoestação e uma promessa.” – SRA/EP, p. 33.
2:1 Ao anjo da igreja em Éfeso escreve:
Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos
sete candeeiros de ouro:
Igreja de Éfeso - “Alguns definem o nome Éfeso como
‘desejável’. No tempo de João, Éfeso era a principal cidade da província romana
da Ásia, e mais tarde foi sua capital. O cristianismo parece ter sido pregado
ali pela primeira vez por volta de 52 A.D., quando Paulo se deteve ali durante
algum tempo ao retornar a Jerusalém e Antioquia, de sua Segunda Viagem
Missionária. ... Ao ser escrito o Apocalipse, Éfeso deve ter sido um dos
principais centros do cristianismo.” - SDABC, vol. 7, p. 742 e 743, citado em LES892, p. 32.
“Éfeso representa a Igreja doutrinária e espiritualmente pura. Esta foi
a Igreja de Cristo e dos apóstolos. No entanto, mesmo na Igreja apostólica
houve diminuição do primeiro amor.” - LES892,
p. 43.
Período – “1º século A.D.” – LES892, P.30.
“É a época dos apóstolos, durante o século I. Foi um tempo de grande
crescimento. O historiador Gibbons diz que os cristãos chegaram a ser nessa
época uns 6.000.000. Os apóstolos deixaram bem claro, na Santa Bíblia, a
doutrina pura de Cristo.” – SRA/EP,
p. 34.
Segura as sete estrelas - “A palavra traduzida por ‘segura’ ou
‘conserva’ denota o completo controle de Cristo sobre toda a Igreja. Provê
proteção e segurança quando Seu povo mantém a união com Ele.” -
LES892, p. 31.
“Cristo anda no meio de Suas
igrejas por toda a extensão da Terra. Observa com intenso interesse, para ver
se o Seu povo está espiritualmente em tal condição que possam promover o Seu
reino. Está presente em toda assembléia da Igreja. Conhece aqueles cujo coração
pode encher do azeite sagrado, para que possam transmiti-lo a outros. Aqueles
que fielmente levam avante a obra de Cristo, representando o caráter de Deus em
palavras e ações, cumprem o propósito do Senhor para eles, e Cristo Se agrada
deles.” - Comentários de Ellen G. White, SDABC,
vol. 7, p. 956, citado em LES892, P.
31.
“Dirigentes espirituais
amparados por Cristo. [...] Estas palavras [Apoc. 2:1] são ditas aos que
ensinam na igreja - aqueles a quem Deus confiou pesadas responsabilidades. As
suaves influências que devem abundar na igreja têm muito que ver com os
ministros de Deus, os quais devem revelar o amor de Cristo.” - LES892, p. 25.
“Qual é a função da liderança
humana na Igreja, segundo o desígnio de Cristo? (S. Mat. 23:11) As pessoas
escolhidas para ocupar posições de liderança na Igreja não devem encarar suas
funções do mesmo modo que o fazem os personagens revestidos de autoridade no
mundo secular. O ‘servo’ dirigente também é membro do corpo de que Cristo é a
cabeça, e não deve procurar exercer a função que só pertence a Cristo. Sua
autoridade deve ser mais de índole moral. Não é fácil de exercer tal espécie de
liderança. Ela precisa inspirar, incentivar e conduzir pelo exemplo, não pela
imposição.” - LES892, p.26.
N. C.: Ver também os comentários sobre Apoc. 1:16 e 20.
2:2 Conheço as tuas obras, e o teu
trabalho, e a tua perseverança; sei que não podes suportar os maus, e que
puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são, e os achaste mentirosos;
Obras, ... trabalho, ...
paciência (...deixaste o primeiro amor) - “A igreja em Éfeso simbolizava
a Igreja apostólica, que era conhecida por seu intenso labor e paciência. Os
cristãos primitivos procuraram incansavelmente purificar a Igreja da
contaminação moral e falsas doutrinas. Tendiam, porém, a se tornar dogmáticos e
intolerantes. Seu raciocínio ficou confuso, e seus sentimentos se endureceram.
Eles perderam aquele grande amor pelo Senhor e Seu evangelho que os impelira a
princípio.” - LES892, p. 31.
Conheço as tuas obras - Repetido para todas as igrejas.
Puseste à prova os que se
dizem apóstolos –
“Inúmeros versículos dos Atos e das Epístolas mostram a luta que tiveram os
cristãos da era apostólica a fim de impedir que fossem introduzidas doutrinas
pagãs na igreja (Por exemplo: I S. João 4:1-3; Atos 20:29 e 30; II S. Pedro
2:2). Entre outras coisas, são mencionados casos, evidentemente muito
conhecidos da irmandade, como por exemplo Himeneu e Alexandre (I Tim. 1:20); II
Tim. 4:14-15) e Diótrefes (III S. João 9). Os nicolaítas provavelmente tenham
sido tenham sido seguidores de Nicolau de Antioquia com idéias gnósticas. O
gnosticismo, o docetismo e outras idéias não bíblicas constituíam ameaça à
pureza doutrinária, mas eles retiveram a doutrina pura. Em Apoc. 2:5,
admoesta-se a arrepender e voltar às origens (a doutrina bíblica e a piedade
cristã) ou do contrário Ele tirará ‘do seu lugar o castiçal’. À luz de Apoc.
1:20, poderíamos entender que deixaria de ser igreja de Cristo, pois o Senhor
não aceita a apostasia. Aqui temos uma forte evidência de que é a doutrina
verdadeira. Devíamos voltar À mensagem bíblica dos dias apostólicos.” – SRA/EP, p. 35.
2:3 e tens perseverança e por amor do meu
nome sofreste, e não desfaleceste.
2:4 Tenho, porém, contra ti que deixaste
o teu primeiro amor.
Deixaste o teu primeiro amor
- “Os cristãos
tornaram-se egoístas. “ - LES892, p.
32.
“Numa só geração foi o evangelho
levado a toda nação debaixo do Céu. Pouco a pouco, ocorreu, porém, uma mudança.
A Igreja perdeu seu primeiro amor. Ela tornou-se egoísta e amante da
comodidade. Foi acalentado o espírito de mundanismo. O inimigo lançou o seu
fascínio sobre aqueles a quem Deus dera luz para um mundo em trevas.” - Testimonies, vol. 8, p. 26, citado em LES892, p. 32.
“Estou instruída a dizer que estas palavras [Apoc. 2:4 e 5]
se aplicam às igrejas ... em sua condição atual. O amor de Deus desapareceu, e
isto significa a ausência de amor uns pelos outros. É acalentado o próprio eu,
o próprio eu, o qual está lutando pela supremacia. Até quando isto irá continuar?” – Review and Herald, 25 de fevereiro de
1902, citada em LES892, p. 20.
2:5 Lembra-te, pois, donde caíste, e
arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei a ti, e
removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres.
Pratica as primeiras obras – “...voltar às origens (doutrina bíblica
e piedade cristã)...” – SRA/EP, p. 35
Tirarei do seu lugar o teu
castiçal - “À luz de
Apoc. 1:20, poderíamos entender que deixaria de ser igreja de Cristo, pois o
Senhor não aceita a apostasia.” – SRA,
p. 35.
Lembra-te, arrepende-te,
pratica - “Três palavras
resumem a mensagem: Lembrar, arrepender,
praticar. O Mestre está dizendo: ‘Lembra-te do teu gozo anterior, quando o
verdadeiro amor enchia o teu coração. Arrepende-te de teus pecados; compreende
o perigo de tua condição. Pratica as obras do teu primeiro estado, ou então Eu
te removerei.’ Obras não produzem amor, nem podem tomar o lugar do amor. As
obras são apenas a evidência do amor.” - Roy Allan Anderson, O Apocalipse Revelado, p. 26 e 27.
Arrepende-te – “Na linguagem bíblica, arrepender-se
significa mudar de opinião. Da mesma maneira, converter-se significa dar
meia-volta e caminhar em sentido contrário. Arrependimento significa uma
mudança genuína da mente e atitude para com Deus e para si mesmo e também para
com os demais. A pessoa arrependida por meio do Espírito Santo começa a ver as
coisas como Deus as vê. Conversão, portanto, significa dar uma volta e
retroceder no caminho da vida de pecado, avançando para Deus.” – SRA/EP, p.31, sobre Atos 3:19 (“...arrependei-vos
e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados.”)
2:6 Tens, porém, isto, que aborreces as
obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço.
Nicolaítas - “Os nicolaítas provavelmente tenham sido
seguidores de Nicolau de Antioquia, com idéias gnósticas.” – SRA/EP, P. 35.
“A primeira epístola de João foi escrita a uma coletividade que tinha de
enfrentar a heresia gnóstica do primeiro século.” - Fred L. Fisher, Síntese das
epístolas de João, Bíblia Vida, p.
340 Ver comentários sobre o verso 15.
Aborreces as obras dos
nicolaítas - “As obras
dos nicolaítas foram rejeitadas pela Igreja apostólica, mas toleradas no
período posterior representado por Pérgamo. Alguns dos escritores cristãos no
período pós-apostólico identificaram os nicolaítas com os gnósticos cristãos,
que atribuíam idéias filosóficas GREGAS à Bíblia. [...] Os nicolaítas
praticavam os pecados de Balaão. Os versos 14 e 15 de Apocalipse 2 identificam
os pecados de Balaão com o dos nicolaítas. [...] Quais eram os pecados de
Balaão? O estudo das passagens que falam de Balaão revela que os seus pecados
eram avareza, hipocrisia, idolatria e imoralidade. (Ver Núm. 22 a 24; 25:1 e 2;
31:8 e 16; II S. Ped. 2:15; S. Jud. 11.) [...] Os nicolaítas ensinavam que as
obras da carne não afetam a pureza da alma, não tendo, portanto, nenhuma
influência sobre a nossa salvação.” - LES892,
p. 32, 33.
Doutrina dos nicolaítas - Ver comentários sobre os versos 14 e
15.
2:7 Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida,
que está no paraíso de Deus.
Ao que vencer - “A forma grega desta expressão
significa ‘continua vencendo’. Este pensamento é salientado muitas vezes no
livro do Apocalipse.” - LES892, p.
33.
Conheço
as tuas obras (v.2) ... ao vencedor ... ouça o Espírito – “Dessas três declarações surgem
nitidamente três mensagens de Deus para toda pessoa de nosso século: (1) Deus
me conhece totalmente, não posso enganá-Lo. (2) É imperativo vencer; São Paulo
dá a chave: ‘Tudo posso nAquele que me fortalece’ (Filipenses 4:13). (3) Devo
obedecer à voz do Espírito Santo sempre.” – SRA/EP,
p. 33
Árvore da vida – “Aquele que tem as chaves da morte, que esteve
morto mas vive pelos séculos dos séculos (Apocalipse 1:18), que ‘Abre e ninguém
fecha’ (Apocalipse 3:5) promete restabelecer a vida eterna perdida quando
entrou o pecado. A árvore da Vida é mencionada 6 vezes na Bíblia. Três vezes em
Gênesis e três em Apocalipse. Para que o homem não vivesse eternamente como
pecador, Deus não permitiu que comesse desta árvore (Gênesis 3:22-25), mas
agora, redimido pelo sangue de Jesus, é prometido que os vencedores comerão da
dita árvore: receberão a vida eterna. Por isso diz que eles não sofrerão dano
da segunda morte (Apocalipse 2:11; 20:6). O paraíso está no terceiro Céu do
qual fala São Paulo em II Coríntios 12:2, 4[1]. As promessas
aos vencedores que aparecem no fim das mensagens às igrejas restantes, também
estão relacionadas com a vida eterna (Apocalipse 2:10, 11, 17, 3:5, 12, 21).” –
SRA/EP, p. 48 e 49.
2:8 Ao anjo da igreja em Esmirna escreve:
Isto diz o primeiro e o último, que foi morto e reviveu:
Esmirna -
“É uma das mais antigas cidades do mundo e fica cerca de sessenta e
cinco quilômetros ao norte de Éfeso. Das sete, é a única ainda existente hoje
como cidade forte. [...] Nenhuma outra cidade tem experimentado mais cercos,
massacres, terremotos, incêndios e calamidades outras; mas ainda sobrevive. É
indubitavelmente uma cidade de vida.” - O
Apocalipse Revelado, p. 30.
Período histórico – “100 A. D. a 313 A. D.” – LES892, p. 30.
“A Igreja de Esmirna era pura, mas foi perseguida. No período
pós-apostólico Satanás procurou manter as pessoas longe de Cristo destruindo
aqueles que O seguiam.” - LES892, p.
43.
“Pobreza, perseguição, encarceramento e martírio afligiram a Igreja
Cristã no período de 100 a 313 A.D.” - LES892,
p. 33.
“Durante o período de Esmirna, os imperadores romanos ajudaram e
favoreceram a perseguição dos cristãos. Houve ataques aos cristãos durante os
reinados de Trajano (98-117), Adriano (117-138), Tito Antonino Pio (138-161),
marco Aurélio (161-180), Sétimo Severo (193-211), Décio Trajano (249-251) e
Valeriano (253-260) ” - LES892, p.
35.
“Esmirna significa ‘cheiro suave’, sendo sinônimo de mirra. A igreja de
Esmirna devia passar por amarga perseguição, mas os seus sofrimentos, em vez de
destruí-la, propiciaram ao mundo o rico perfume do Céu.” - O Apocalipse Revelado, p. 29.
2:9 Conheço a tua tribulação e a tua
pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que dizem ser judeus, e não o são,
porém são sinagoga de Satanás.
Tribulação e pobreza - “Na maioria dos casos, os que aceitavam
o evangelho eram economicamente pobres e estavam em condição social
desfavorável. Os pagãos perseguiam-nos à vontade. Mas o tratamento mais severo
proveio dos círculos judaicos. Muitos cristãos tinham vindo do judaísmo.” - LES892, p. 33.
Sinagoga de Satanás - “Cristo refere-se à igreja presidida
por Satanás chamando-a de sinagoga de Satanás. Seus membros são os filhos da
desobediência. São aqueles que preferem pecar, que se esforçam por invalidar a
santa lei de Deus. A obra de Satanás é misturar o mal com o bem, e remover a
distinção entre o bem e o mal. Cristo quer ter uma igreja que se esforce por
separar o mal do bem, e cujos membros não tolerem voluntariamente a prática do
mal, mas a expelirão do coração e vida.” - Comentários de Ellen G. White, SDABC, vol. 7, p. 958, citado LES892, p. 34.
Se dizem Judeus - “...essa expressão sem dúvida se refere
aos que afirmavam servir a Deus, mas na realidade serviam a Satanás.” - LES892, p. 35.
“A figura tem sua base na História. O livro de Atos revela que muitas
das dificuldades da Igreja primitiva resultaram de acusações caluniosas
lançadas contra ela pelos judeus (ver Atos 13:45; 14:2 e 19; 17:5 e 13; 18:5, 6
e 12; 21:27). Evidentemente, esta era também a situação em Esmirna. Consta que,
no segundo século, judeus ocasionaram o martírio de Policarpo, bispo de
Esmirna. Durante esse tempo, Tertuliano fala das sinagogas como ‘fontes de
perseguição’.” - SDABC, vol. 7, p.
746, citado em LES892, p. 35.
2:10 Não temas o que hás de padecer. Eis
que o Diabo está para lançar alguns de vós na prisão, para que sejais provados;
e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa
da vida.
Tribulação de dez dias – “...refere-se aos dez períodos de
perseguições gerais.
“Durante o segundo e o terceiro século os imperadores romanos procuraram
exterminar a igreja cristã com perseguições, mas o exemplo dos mártires movia o
coração dos sinceros, os quais se convertiam, aumentando assim o número de
crentes.
“Há quem considere os 10 dias proféticos como o período de 303-313, da
época da terrível perseguição de Diocleciano e seu sucessor, Galério. Um
exemplo disso é Policarpo. Ele foi pastor ou bispo de Esmirna. O Estado exigia
que ele adorasse a César como se fosse um Deus, mas ele não o fez e lhe custou
a vida. Quando exigiram que renunciasse a Cristo, se quisesse salvar a vida,
respondeu: ‘Servia meu Jesus por 50 anos e Ele não falhou para comigo um só
dia. Como poderia traí-Lo agora?’ Foi queimado vivo, atado a um poste na
encosta do Monte Pagus, no ano de 168. Como ele, milhões se tornaram mártires.”
– SRA/EP, p. 35.
“ Iniciados por Diocleciano em 303 A.D., os ataques aos cristãos
continuaram até o cristianismo ser reconhecido como religião legal do Império
pelo famoso Edito de Milão, promulgado por Constantino em 313 A.D.” - LES892, p. 34
“Durante o segundo e terceiro séculos os imperadores romanos procuraram
apagar a igreja mediante perseguição. Eles temiam o cristianismo porque este
estava penetrando o pensamento popular. Consideravam-no com um rival. Certo
número de perseguições - dez ao todo - foram instigadas mas a de Diocleciano
foi a pior. Esta durou dez anos, de 303-313 A. D., ou até a subida de
Constantino ao trono. Se avaliarmos isto como tempo profético - um dia como um
ano literal (Eze. 4:6; Núm. 14:34), então os ‘dez dias’ da perseguição foram
literalmente cumpridos.” - O Apocalipse
Revelado, p. 31 e 32.
2:11 Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz às igrejas. O que vencer, de modo algum sofrerá o dano da segunda
morte.
Segunda morte - “A primeira morte é o ‘sono’ que ocorre
até o julgamento e da qual haverá ressurreição. A segunda morte é o contrário
da vida eterna. Constitui o ‘salário do pecado’ - a perda permanente da
existência. (Ver Rom. 6:23.)” - LES892, p. 35.
2:12 Ao anjo da igreja em Pérgamo
escreve: Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois gumes:
Pérgamo - “Pérgamo foi fundada por colonizadores
gregos. Já era importante no quinto século A.C. [...] Era considerada a mais
rica cidade do mundo, devido ao grande número de templos, teatros, ginásios e
monumentais edifícios públicos.” - LES892,
p. 36.
Período histórico – “313 A.D. a 538 A.D.” – LES892, p. 30.
“Pérgamo cobre os séculos IV, V e a primeira metade do VI. Como Satanás
não pôde destruir a igreja com as perseguições, tratou de corrompê-la e
coloca-la em compromisso com o Estado, introduzindo na igreja pagãos
não-convertidos e que conservaram parte de suas idéias. Esse paganismo introduzido
na igreja foi tirando sua força espiritual.
“Quando, no ano 313, Constantino assinou o edito de tolerância, em
Milão, dando liberdade de culto aos cristãos, e pouco depois se disse
convertido, despertou a natural gratidão e admiração da igreja convertida. O
imperador, porém, continuou sendo o pontífice máximo do paganismo, ao mesmo
tempo que assistia aos cultos cristãos e convocava em 325 o Concílio de Nicéia.
O imperador intrometeu-se em assuntos eclesiásticos, exercendo sua influência
apaziguadora. Por exemplo, a 7 de março de 321, ditou a primeira lei tornando
obrigatória a observância do dia em que os pagãos adoravam o Sol, prática que
se infiltrou na igreja.” – SRA/EP, p.
36.
“Quase imperceptivelmente os costumes do paganismo tiveram ingresso na
Igreja Cristã. O espírito de transigência e conformidade fora restringido
durante algum tempo pelas terríveis perseguições que a Igreja suportou sob o
paganismo. Mas em cessando a perseguição e entrando o cristianismo nas cortes e
palácios dos reis, pôs ela de lado a humilde simplicidade de Cristo e Seus
apóstolos, em troca da pompa e orgulho dos sacerdotes e governadores pagãos; e
em lugar das ordenanças de Deus colocou teorias e tradições humanas. A
conversão nominal de Constantino, na primeira parte do século quarto, causou
grande regozijo; e o mundo, sob o manto de justiça aparente, introduziu-se na
Igreja.” - O Grande Conflito, p. 47 e
48.
”Teorias e tradições humanas tomaram o lugar da verdade cristã.” - LES892, p. 36.
“A Igreja de Pérgamo tolerou a deturpação da doutrina e o afrouxamento
das normas cristãs.” - LES892, p. 43.
“Pérgamo tornou-se ... um elo entre a antiga Babilônia e Roma.” – O Apocalipse Revelado, p. 34.
Espada de dois fios - “A ‘espada do Espírito’ torna-se a
espada da punição para os que rejeitam o amor de Cristo, deturpam a verdade e
se opõem a Seu povo.” - LES892, p.
35.
“...a espada do Espírito, ... a palavra de Deus.” – Efésios 6:17.
Ver também comentário sobre Apoc. 1:16.
2:13 Sei onde habitas, que é onde está o
trono de Satanás; mas reténs o meu nome e não negaste a minha fé, mesmo nos
dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde
Satanás habita.
Onde está o trono de
Satanás - “Visto que o
período representado por Pérgamo foi o do desenvolvimento do papado (313 a 538
A.D.), parece ser evidente que ‘o trono de Satanás’ é uma referência ao centro
de adoração papal: Roma.” - LES892, p.
35 e 36.
Reténs o Meu nome...fé - “É interessante notar que mesmo numa
igreja com tantos problemas como os que caracterizaram o período de Pérgamo, o
Senhor encontrou muita coisa a ser elogiada.” - LES892, p. 37.
2:14 entretanto, algumas coisas tenho
contra ti; porque tens aí os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava
Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, introduzindo-os a
comerem das coisas sacrificadas a ídolos e a se prostituírem.
Doutrina de Balaão - “A analogia com Balaão denota que havia
em Pérgamo alguns cujo objetivo era dividir e arruinar a igreja incentivando
práticas que eram proibidas aos cristãos. ... Balaão influenciou Israel a
‘comerem coisas sacrificadas a ídolos e praticarem a prostituição’ (ver Num.
25:1 e 2; 31:16). Esses dois pecados conduziram à mistura do paganismo com a
religião verdadeira. Ao ser aplicada à história da Igreja Cristã, essa
representação é especialmente apropriada à situação da Igreja no período que se
seguiu à legalização do cristianismo por Constantino em 313 A.D. e à sua
conversão nominal dez anos mais tarde. Esse imperador adotou um plano de ação
que consistia em misturar o paganismo com o cristianismo em tantos pontos
quantos fosse possível, na premeditada tentativa de unir os diversos elementos
dentro do império e fortalecê-lo desta maneira. A posição favorável, e até
dominante, que ele concedeu à Igreja, tornou-a vítima das tentações que sempre
acompanham a prosperidade e a popularidade. Sob o reinado de Constantino e seus
sucessores, ... a Igreja tornou-se rapidamente uma instituição
político-eclesiástica e perdeu grande parte de sua espiritualidade anterior.” -
SDABC, vol. 7, p. 749, citado em LES892, p. 37.
2:15 Assim tens também alguns que de
igual modo seguem a doutrina dos nicolaítas.
Doutrina dos Nicolaítas - “Agora é amplamente ensinada a doutrina
de que o evangelho de Cristo invalidou a lei de Deus; de que ‘crendo’ somos
desobrigados da necessidade de ser praticantes da Palavra. Esta é, porém, a
doutrina dos nicolaítas, que Cristo condenou tão severamente.” - Comentários de
Ellen G. White, SDABC, vol.7, p. 957,
citado em LES892, P. 33.
Ver também comentário sobre verso 6.
2:16 Arrepende-te, pois; ou se não, virei
a ti em breve, e contra eles batalharei com a espada da minha boca.
Arrepende-te – “Até as promessas de castigo do
Apocalipse, que alguns poderiam considerar negativas, revelam o amor de Deus
que nos quer conduzir ao arrependimento. (Ex.: Apocalipse 2:5, 16; 3:3). As
repreensões e castigos prometidos por Deus têm como objetivo corrigir e curar;
porque Ele nos ama (Apocalipse 3:18 e 19) e sabe que sem arrependimento não
pode haver perdão. ...
“A bondosa paciência de Deus tem limite. Se não há conversão terá que
haver punição. (Ex.: Apocalipse 2:21-23; 3:3). Apocalipse 9:20, 21 fala de
pessoas que nem mesmo sob as pragas descritas na sexta trombeta se
arrependeram. Apocalipse 11:18 diz que Deus finalmente destruirá ‘os que
destroem a Terra’. O pior será a segunda morte (Apocalipse 21:8; 22:15).” – SRA/EP, p. 51.
A Espada - “A Espada do Espírito é a Palavra de
Deus.” - LES892, p. 35.
Ver também comentários sobre Apoc. 1:16 e 2:12.
2:17 Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz às igrejas. Ao que vencer darei do maná escondido, e lhe darei uma
pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão
aquele que o recebe.
Maná escondido: “Representa a vida espiritual em Cristo
agora e a vida eterna pela fé em Jesus. (Ver SDABC,
vol. 7, pág. 750).” - LES892, p. 37.
Ver também S. João 6:32-35
Pedra branca: téssera - “objetos que serviam de
senha, entre os primitivos cristãos.” – Dicionário Aurélio. N.C.: Nome novo: A ser dado por Deus na Nova Terra, indicando nova
personalidade/novo nascimento/nova pátria- Ver Isaías 62:2.
2:18 Ao anjo da igreja em Tiatira
escreve: Isto diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo, e os
pés semelhantes a latão reluzente:
Tiatira:
“Era uma cidade da Lídia, ao lado da estrada entre Pérgamo e Sardes e à
beira do rio Lico, afluente do Hermus. ... transformou-se num importante centro
comercial e industrial” - SDA Bible
Dictionary, p. 1.094, citado em LES892,
p. 39.
“A igreja de Tiatira é um símbolo adequado da Igreja Cristã durante toda
a Idade Média (538 A.D. a 1517 A.D.). Em
diversos países muitos cristãos mantiveram sua união com Cristo e a lealdade á
singela fé de Seus apóstolos. Por exemplo, cristãos primitivos na Inglaterra,
Escócia e Irlanda permaneceram fiéis à religião da Bíblia. Os valdenses e os
seguidores de Wycliffe e Huss estavam mais perto do cristianismo apostólico do
que a maioria de seus contemporâneos.” – LES892,
p. 37.
“Em terras que ficavam além da jurisdição de Roma, existiram por muitos
séculos corporações de cristãos que permaneceram quase inteiramente livres da
corrupção papal. Estavam rodeados de pagãos e, no transcorrer dos séculos,
foram afetados por seus erros; mas continuaram a considerar a Escritura Sagrada
como a única regra de fé, aceitando muitas de suas verdades. Estes cristãos
acreditavam na perpetuidade da Lei de Deus e observavam o sábado do quarto
mandamento. Igrejas que se mantinham nesta fé e prática, existiram na África
Central e entre os armênios, na Ásia.” - O
Grande Conflito, p. 61.
“Tiatira significa ‘sacrifício de contrição’ e adequadamente representa
o período da história da Igreja em que a fé simples foi mudada por meio da
apostasia, ou sacrificada, sendo substituída por obras e penitências. A
salvação não pode ser comprada ou merecida por nenhum meio; ela é dom de Deus.
Vem a nós pela graça, e pela graça somente. Mas no quarto período da história
da Igreja os homens se desviaram da simplicidade do evangelho de Cristo e em
seu lugar construíram um elaborado ritual e um sacerdócio de feitura
humana.” - O Apocalipse Revelado, p. 39.
“O período de
Tiatira constituiu o ponto mais baixo. Durante a Idade Média predominaram as
trevas espirituais e os erros doutrinários.” - LES892, p. 43.
2:19 Conheço as tuas obras, e o teu amor,
e a tua fé, e o teu serviço, e a tua perseverança, e sei que as tuas últimas
obras são mais numerosas que as primeiras.
2:20 Mas tenho contra ti que toleras a
mulher Jezabel, que se diz profetisa; ela ensina e seduz os meus servos a se
prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas a ídolos;
Toleras Jezabel – “Jezabel, filha de um rei sidônio,
adoradora de Baal, a qual introduziu a idolatria e corrupção religiosa em
Israel, é aqui o símbolo da apostasia e corrupção religiosa aberta. A igreja se
paganizara.” – SRA/EP, p. 36.
“Como filha de um rei pagão e adoradora de Baal, ela proveu a motivação
para a apostasia de Acabe (I Reis 16:31-33; 18:19; 21:25 e 26). Perseguiu os
profetas de Deus e pessoas fiéis (I Reis 18:4 e 13; 19:1-3; 21:5-15). Jezabel
era prostituta e feiticeira (II Reis 9:22). Devido a sua vida perversa, o
desagrado de Deus incidiu sobre ela (II Reis 9:30-37).
Que organização possuía as
características de Jezabel durante a Idade Média? O papado medieval praticou a
idolatria. A veneração do papa, de imagens e relíquias, do domingo em lugar do
verdadeiro sábado, de sacerdotes terrestres como mediadores em lugar de Cristo,
e dos elementos na missa - tudo isso constituía idolatria. A imoralidade
espiritual provinha da aceitação de ensinos e práticas procedentes de religiões
pagãs. O povo de Deus foi a vítima da Inquisição. Os valdenses, Wycliffe e os
lolardos, Huss e seus seguidores, e os protestantes no século dezesseis, foram
vítimas da perseguição papal.” - LES892,
p. 38.
“No ano de 538 entrou em vigor o
edito de Justiniano, que permitia condenar, até com pena de morte, os que não
respeitassem os ensinos do bispo de Roma. Como aconteceu com Constantino, a
religião pagã se tornou a religião oficial do império. Muitas doutrinas pagãs
entraram na igreja nessa época, e os cristãos, influenciados por essas
doutrinas, perseguiram aquela pequena minoria que se mantinha fiel às
Escrituras.” – SRA/EP, p. 36.
2:21 e dei-lhe tempo para que se
arrependesse; e ela não quer arrepender-se da sua prostituição.
2:22 Eis que a lanço num leito de dores,
e numa grande tribulação os que cometem adultério com ela, se não se
arrependerem das obras dela;
2:23 e ferirei de morte a seus filhos, e
todas as igrejas saberão que eu sou aquele que esquadrinha os rins e os
corações; e darei a cada um de vós segundo as suas obras.
2:24 Digo-vos, porém, a vós os demais que
estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conhecem as
chamadas profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei;
2:25 mas o que tendes, retende-o até que
eu venha.
2:26 Ao que vencer, e ao que guardar as
minhas obras até o fim, eu lhe darei autoridade sobre as nações,
2:27 e com vara de ferro as regerá,
quebrando-as do modo como são quebrados os vasos do oleiro, assim como eu
recebi autoridade de meu Pai;
2:28 também lhe darei a estrela da manhã.
A Estrela da Manhã - “Refere-se a Cristo (Apoc. 22:16;
comparar com II S. Ped. 1:19), mas às vezes também é aplicada a Wycliffe, ‘a
estrela da manhã da Reforma’ (Ver o Grande Conflito, pg. 78).” - LES892, p. 39.
2:29 Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz às igrejas.
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